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A cereja do bolo que estragou o bolo

Parte, e boa parte da imprensa festejou antecipamente o depoimento do ex-ministro da saúde Pazuello. Não faltaram adjetivos como “covarde” – por não ter ido na primeira data marcada para sua oitiva , “despreparado”. Enfim, seria um passeio para oposição. Lembre-se, se dizem “imparciais”.

Pois bem, o General Pazuello, sim, General com G maiúsculo, diferente de vários políticos, sim, com p minúsculo, apresentou-se como um cidadão de bem e um gestor que sabe o que faz.

Contrariando a própria decisão do STF que concedeu o óbvio, tratamento digno, foi desrespeitado várias vezes. Uma senadora chegou a chamá-lo por três vezes de mentiroso. Infelizmente, na CPI do covid existem dois tipos de testemunhas, a que diz o que senadores da oposição querem o tratamento é um, aqueles que contrariam, outro.

Hoje (20) um senador falou de prisão, ao meu ver buscando intimidar Pazuello. O Advogado que acompanhava o ex-ministro foi até o presidente dos trabalhos, naquela ocasião o senador Randolfe Rodrigues e relembrou a decisão do Supremo que proibiu este tipo de fala. Randolfe advertiu o senador.

Praticamente todas as perguntas foram respondidas com claridade, inclusive esclarecendo o cenário daquele momento, o que desagradou o relator inquisitor Renan Calheiros. Algumas contradições absolutamente humanas. Quem não se esquece de um detalhe, de uma data ou se contradiz em algum momento em meio a pressão desproporcional e haver gerido o pior momento que o Brasil já viveu na área de saúde em toda sua história?

Como senadores oposionistas observaram que Pazuello era preparado e dominava todos os assuntos inerentes a sua pasta que eram trazidos à baila, mudaram a tática passando puramente ao discurso político e várias vezes terminavam sem fazer indagações, ou seja, acusavam mas não dava o sagrado direito de defesa, se comparando a verdadeiros inquisitores da idade média.

O Senador Marcos Rogério levou vários vídeos que exibiu para todo o país de vídeos gravados ano passado onde governadores como Renan Filho de Alagoas, o filho de Renan, sim do relator; Helder Barbalho, filho do Senador Jader Barbalho, Rui Costa da Bahia, Doria de São Paulo, Wellington Dias do Piauí defendiam o uso da cloroquina e Helder apareceu exibindo caixas de cloroquina e azitromicina comprados que enviaria às unidades hospitalares.

Outros senadores deram depoimentos de como Pazuello os recebeu durante a pandemia e buscou resolver seus problemas. Um parlamentar relembrou da sua condução a frente da Operação Acolhida iniciada em março de 2018 no Estado de Roraima, onde acolheu cidadãos que fugiam da Venezuela.

“A Operação Acolhida produziu resultados concretos. É um conjunto relevante de entregas humanitárias, reconhecida como exemplar e premiada pelos organismos internacionais, motivo de orgulho para a sociedade brasileira”, manifestou-se o Ministro Fernando Azevedo, através do Almirante de Esquadra Viveiros, a época.

Enquanto todos se escondiam jogando responsabilidades, o General Pazuello assumiu o barco no meio de um furacão e fez o que podia ser feito. Duvidar disso é cometer uma injustiça inqualificável a um brasileiro digno, honrado e corajoso que mostrou ser um homem preparado pelo Exército de Caxias.

A verdade é que todos têm responsabilidades por erros e acertos. Todos! Falar hoje que deveria ter feito isso e aquilo beira a covardia ou má-fé.

Quanto ao relatório do inquisitor Renan Calheiros todos nós já sabemos qual será.

A cereja do bolo estragou o bolo.

César Wagner Maia Martins – Ex-superintendente da Polícia Civil CE, ex-coordenador do Centro de Operações Policiais, radialista e palestrante.

o espaço disponibilizado é para o debate saudável. Comentário é de inteira responsabilidade do autor

6 Comentários

  1. JOÃO BOSCO MACEDO

    Parabéns Dr. Cesar. Esse seu texto faz justiça a favor de um honrado Brasileiro. Ao assistir aquele circo de desrespeito aos cidadãos de bem, cheguei a sentir nojo de muitos ali. Aproveito aqui para exaltar a firmesa e serenidade do Jovem Senador Maecos Rogério. Ainda temos cidadãos com espirito publico no senado. Poucos, mas temos. Muitos que aproveitaram a onda Bolsonaro para lá chegar, estavam se portando como verdadeiros inquisitores. Com relação a triade (Renan, Randolf e Azis) não da nem paranse comentar. Uma vergonha total. So falta a lona.
    Que Deus tenha piedade dessas almas sebosas no juizo final.

  2. Antônio Pascasio Círico

    Concordo, Dr. Cesar que o General é um homem digno, honesto e sincero.
    Mas Ele não é médico, por este motivo talves ouve um pouco de falhas em sua gestão.
    O problema que sua gestão foi no pior momento desta pandemia que abalou o mundo.

    Um grande cidadão que deveria ser respeitado.

  3. Franco Pinheiro

    “O tiro saiu pela culatra”. Esta, sem dúvidas, é a conclusão mais lógica que encontrei para definir esta malfadada CPI. Já com seu relatório preparado o Renan vai encontrar dificuldades para esconder sua cabeça, afinal, o brasileiro já mostra que não é besta e que não vai aceitar mudar os rumos de um governo que quer acertar, contudo, encontra dificuldades difíceis de transpor, diante de um Congresso e Judiciário fétidos.

  4. Antonio Eneas Filho

    Parabéns Dr.Wagher pela excelente avaliação sobre a CPI da covid 19. Para mim ate aqui não disse a que tanto o povo esperava. Pode ser que mais na frente quando investigarem o uso dos recursos públicos e se houver desvios de finalidades e que os culpados sejam julgados e condenados.

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