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A “apoteose” de Renan

Embalado pela saída da obscuridade, guindado ao cargo de relator da CPI do covid, o senador Renan Calheiros de Alagoas, parece ter se encantado com as luzes da ribalta.

Na sessão da CPI de hoje (25), Renan iniciando sua fala traz a tona o Holocausto ocorrido na segunda guerra (1 de setembro de 1939 – 2 de setembro de 1945) ocasionado pela Alemanha nazista contra judeus onde foi implementado a “solução final”, dizimando 6 milhões de seres humanos.

No decorrer de suas palavras deriva para o julgamento de Nuremberg, criado para apurar crimes de guerra, crimes contra a humanidade, como o genocídio.

E neste devaneio surge a comparação implícita entre o Holocausto, o Tribunal de Nuremberg (comparou as funções e responsabilidades do colegiado) e a situação pandêmica existente no Brasil. Em sua narrativa indica depoimento no famoso julgamento de Hermann Wilhelm Göring (oficial nazista de alta patente e um dos braços de Hitler) que confrontado com imagens dos campos de concentração disse que aquilo não poderia ser verdade, e demonstrando sua lealdade com Hitler insistiu que não sabia nada do que tinha acontecido.

Por mais que queira negar a comparação, ela é visível, mormente, pela sua busca obsessiva de construir o “genocídio” brasileiro. O senador relator foi longe demais, causando enérgica reação do senador líder do governo, Fernando Bezerra (MDB) que indignado disse que aquele paralelo “era odiento”. Outros senadores somaram a fala do líder. 

Logo a indignação se transformou em nota oficial da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que no documento, disse repudiar “mais uma vez comparações completamente indevidas do momento atual” com “os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto”. Segundo a nota ainda, as comparações “muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.

Em sua reflexão pública Renan buscou uma apoteose, acabou no obscurantismo, de onde havia saído.

César Wagner Maia Martins 

Delegado, Ex-superintendente da Polícia Civil/CE, radialista e palestrante 

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