O desmonte gradual da Operação Lava Jato pelo Poder Judiciário tornou a prisão de políticos um fenômeno quase impossível no Brasil. Aquilo que muitos brasileiros chamam de “sensação de impunidade” fica cada vez mais demonstrável por números.
Levantamento feito pela Gazeta do Povo mostra que dos 42 políticos brasileiros denunciados pela força-tarefa da Lava Jato desde o início da operação, há sete anos, 21 foram condenados ao menos em primeira instância, mas somente um cumpre prisão em regime fechado: o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, cujas penas já chegam a 342 anos. Não foram contabilizados os políticos que somente foram alvos de inquéritos da Lava Jato, mas não chegaram a enfrentar denúncias.
Dois dos condenados já morreram: Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que cumpria prisão domiciliar e faleceu vítima de um câncer, no mês passado, e Nelson Meurer, ex-deputado federal pelo Paraná, que cumpria pena e morreu na cadeia em decorrência da Covid-19, em julho de 2020.
Além de tornar praticamente impossível a prisão em regime fechado de condenados da Lava Jato, a Justiça também tem liberado aqueles que cumprem pena de prisão domiciliar.
O último caso foi o do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), que teve sua prisão preventiva revogada. Ele usava tornozeleira eletrônica em casa desde março do ano passado. Cunha só continua proibido de fazer viagens internacionais. Em março de 2020, ele havia saído do regime fechado e entrado em prisão domiciliar por causa dos riscos relacionados à pandemia.
CÁ PRA NÓS: Sensação? IMPUNIDADE mesmo!
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