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Surreal: investigados por desvio de verbas públicas inquirem outros investigados

A CPI do covid tem atraído para si milhares de olhares incrédulos que jamais advinhariam onde poderia chegar a ousadia da política brasileira.

Ontem, terça-feira, 15, nos deparamos com o depoimento do ex-secretário de saúde do Amazona, Marcellus Campêlo, recém-saído da cadeia, respondendo a inquérito policial por indícios de desvio de verba pública da saúde.

Hoje, quarta, 16, quem deve sentar na cadeira é o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, destronado do cargo pela Assembléia Legislativa em processo de impeachment e envolvido em processo criminal por malversação do dinheiro direcionado à combater a pandemia.

Até ai tudo dentro do script. Foi para isso também que a Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada por força de determinação do STF ao Senado brasileiro.

O descrédito inicia com a escolha da presidência, por pares, e da relatoria pela presidência. Na posição de presidente temos Omar Aziz, ex-governador do Amazonas, e na relatoria o notório Renan Calheiros.

Mas quem é Omar Aziz?. Matéria da CNN do dia 15 de abril descortina: “é investigado por desvios de recursos para a área da saúde quando ele foi governador do Amazonas”.

Segue, “Aziz foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal chamada “Maus Caminhos”. Ela  foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas”. 

Finaliza, “quando ele era governador, parte desses contratos foi firmada e um relatório parcial da Polícia Federal, o da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, cita seu nome 256 vezes em 257 páginas. Ainda não há decisão no processo”.

Como se não bastasse, na relatoria, o já conhecido nacionalmente Renan Calheiros. Investigado em 10 (dez) inquéritos que tratam acerca de possíveis crimes cometidos pelo mesmo, na atuação de sua função pública, os procedimentos de amplo espectro vai de corrupção passiva a lavagem de dinheiro, passando por desvios, apropriações e omissões quanto à verba pública. 9 (nove) destes inquéritos estão em tramitação no Superior Tribunal Federal, que inclusive chegou a ser questionado com relação da possibilidade ou não de Renan ser o Relator, mas a decisão do Ministro Ricardo Lewandowski, foi no sentido de que não haveria qualquer impedimento jurídico.

E assim caminha a CPI, entre arrogância, humilhações, parcialidade e total descrédito.

No Senado, o surreal é realidade.

César Wagner Maia Martins, delegado, radialista, palestrante. Ex-superintendente da Polícia Civilndo Ceará

o espaço disponibilizado é para o debate saudável. Comentário é de inteira responsabilidade do autor

4 Comentários

  1. Reinaldo Martins

    É o tribunal do crime kkk, so que com uma diferença, no tribunal do crime os criminosos julgam, condenam e executam. Nesse dai eles livram os julgados de qualquer crime. #CPIdoCircoedaVergonha #STFVergonhaNacional

  2. Pedro melo

    É como disse Sérgio Machado 🪓 para o Renan Cangaçeiro, ex desafeto de Tasso,
    Temos que estancar a Sangria.
    Por isso estão desesperados, agindo ao arrepio da lei, com atos criminosos que remontam a idade média e os tribunais da inquisição onde o acusado entrava no processo já Condenado. O STF está cometendo autofagia, a hora da conta 💵 vai chegar.

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